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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

FELIZ ANO NOVO!!

Quatro velas estavam queimando ruidosamente, calmamente.O ambiente estava tão silencioso que podia-se ouvir o diálogo que travavam.
A primeira vela disse:
- Eu sou a Paz ! Apesar de minha luz as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar. E diminuindo devagarzinho, apagou totalmente.
A segunda vela disse:
- Eu me chamo Fé! Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas não querem saber de mim. Não faz sentido continuar queimando. Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou.
Baixinho e triste a terceira vela se manifestou:
- Eu sou o
Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que lhes amam. E sem esperar apagou-se.
De repente... entrou uma criança e viu as três velas apagadas.

- Que é isto? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim.
Dizendo isso começou a chorar.
Então a quarta vela falou:
- Não tenha medo criança. Enquanto eu queimar, podemos acender as outras velas. Eu sou a Esperança.
A criança com os olhos brilhantes, pegou a vela que restava e acendeu todas as outras...
ESPERO QUE A VELA DA ESPERANÇA NUNCA SE APAGUE DENTRO DE VOCÊ.

QUE A FONOAUDIOLOGIA EM 2009 NOS PROPORCIONE DIAS MELHORES PARA QUE POSSAMOS CONSTRUIR UM CAMINHO MAIS FÁCIL DE SER TRILHADO!! O CAMINHO DA VITÓRIA-FELIZ ANO NOVO PARA TODOS...

ESTE MUNDO É SEU!!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE UM FONOAUDIÓLOGO



Olá sou Marcos Abreu, autor deste blog!! Primeiramente quero agradecer-lhes de todo coração por cada visita a esta página, por cada leitura e cada apreciação... Este blog veio em razão do amor que tenho e exerço sobre a fonoaudiologia e ela tem sido favorável a mim e a todos aqueles que a tratam com o devido respeito! Neste fim de ano - O MUNDO DA FONOAUDIOLOGIA já apresenta mais de 20 mil acessos em todo Brasil... Fico muito feliz quando recebo comentários, mensagem no mural de recados e emails... sinto um prazer inenarrável de estar contribuindo, por mais simples que seja, à ascenção da Fonoaudiologia! Sempre digo que a Fonoaudiologia não é a ciência do futuro como muitos falam.. a Fonoaudiologia é do presente... a cada semente que plantamos agora colheremos agora e deixaremos resíduos fortes para o amanhã. Temos que ter a consciência que o GRANDE MOMENTO é este!! Não dependemos de aval médico e ou outro especialista para que possamos fluir em prol da ciência moderna que é a FONOAUDIOLOGIA!!!
Desejo a todos o FELIZ NATAL e que tudo dê certo em nossas vidas, tanto pessoal quanto profissional... O ano que está próximo é o de segurarmos com todas as forças a Fonoaudiologia e divulgá-la não em revistas, blogs, folhetos, tv, rádios... mas de divulgarmos atendendo bem os nossos clientes! Então um PRÓSPERO ANO NOVO E VIVA A FONOAUDIOLOGIA!!

RUMO A VITÓRIA... 2009

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Fonoaudiologia Estética - Estética Facial

A busca pela beleza e pela juventude tem sido uma constante em todas as culturas da história humana. Manter uma boa aparência e não envelhecer são conceitos cultuados desde as mais remotas civilizações e hoje em dia estão cada vez mais valorizados.
Todo indivíduo procura ter uma aparência que agrade a si próprio e aos que estão ao seu redor. Cuidar-se externamente é uma forma de se sentir bem (ou melhor) em sua vida. Sob esse aspecto, acrescenta-se que um toque de vaidade é necessário para que o indivíduo cuide de si próprio, de seu corpo, de sua alma e de sua saúde.
Por ser a face altamente valorizada como o seguimento corpóreo mais representativo da pessoa e como centro das atenções para uma busca estética, a sua alteração, com o envelhecimento natural, traz inúmeras preocupações. O aparecimento das rugas de expressão facial assusta, incomoda, chegando muitas vezes a ser motivo de angústia. Assim, além de tais fatores, nos últimos anos, a preocupação com o envelhecimento facial tem se tornado crescente em face da maior longevidade do indivíduo e dos avanços da medicina.
O aparecimento das rugas pode estar relacionado às alterações miofuncionais e posturais, uma vez que as funções mais importantes dos músculos da expressão facial relacionam-se com a alimentação, mastigação, fonação e movimentos oculares. Suas contrações produzem na face variações na forma de pregas e sulcos da pele que alteram a fisionomia e exteriorizam os sentimentos. É possível, entretanto, dosar uso e contração, diminuindo exageros e buscando um funcionamento mais natural e um equilíbrio que não sobrecarregue desnecessariamente a musculatura da expressão facial.
Assim, a Fonoaudiologia direcionou sua atuação clínica em Motricidade Orofacial, especialidade responsável por aspectos musculares e funcionais do complexo orofacial, ao trabalho e manutenção da musculatura da face, a fim de proporcionar ao indivíduo uma aparência jovem, saudável, esteticamente mais harmoniosa, com expressões suaves, amenizando os efeitos do envelhecimento observados e, conseqüentemente, proporcionando melhor funcionamento a todo o complexo orofacial.
Na atuação em estética facial existem alguns objetivos específicos, como alongar, relaxar e fortalecer a musculatura; buscar modificações de postura; eliminação de movimentos compensatórios e/ou desnecessários, que acarretam alívio, suavidade e novo equilíbrio na mastigação, deglutição, sucção e expressividade comunicativa, evitando-se papadas, pálpebras e bochechas caídas, melhorando a oxigenação das fibras musculares, além de proporcionar uma sensação de bem estar. Os movimentos destinados ao ganho de tonicidade muscular fazem com que os músculos aumentem de volume e, como conseqüência, a pele se estica. As rugas ou marcas de expressão ficam menos evidentes e o rosto ganha um contorno mais definido.
Os tratamentos são personalizados, porque cada indivíduo tem uma disfunção específica e há um programa para cada faixa etária. Além das sessões de ginástica facial é preciso que se desenvolva uma reeducação e execute exercícios fora dos momentos de terapia. A partir dos 25 anos o tratamento já é indicado com a finalidade de manter o fortalecimento muscular, prevenindo rugas e flacidez.
Em relação à equipe interdisciplinar em estética facial, junto com o Fonoaudiólogo especialista em Motricidade Orofacial, estão os profissionais das áreas de Dermatologia, Cirurgia Plástica, Fisioterapia, Odontologia, Nutrição, Psicologia, de forma integrada, tendo uma visão do paciente em sua totalidade e realizando um bom diagnóstico.
A ginástica facial tem surgido como uma nova alternativa para a saúde e a estética de homens e mulheres, como um caminho para uma qualidade de vida melhor e manutenção da jovialidade por muito mais tempo.
Fonte: Thais Gonçalves Martins de Paula – FonoaudiólogaEspecialista em Motricidade Orofacial/ Fonoaudiologia Hospitalar


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ESTUDO SINCRÔNICO DA FONOAUDIOLOGIA

A Fonoaudiologia de hoje, sem renegar sua tradição, sua história, sua filosofia do passado é uma ciência estudada de forma sistemática nas universidades de 32 países do mundo. Seu fato - a linguagem patológica é pesquisado, cientificamente. A Fonoaudiologia não é mais simples técnica intuitiva e arte, ao contrário da idéia do seu fundador clássico - Demóstenes - que colocava seixos na boca para melhor articular sua gagueira; ou diante do mar bravio discursava inibindo, sem saber, o próprio feed-back auditivo e o pressentido medo de vozes da multidão; ou postava-se diante de uma espada que lhe roçava o peito, a fim de auto-regular suas sincinesias posturais e corporais; ou aprendia com Sátiro, a intencionalidade do humor sútil, a crítica dirigida inteligentemente, o poder da palavra que influenciava o povo de Atenas, que o confirmava Homem pensante, racional e "loquens".
Os Fonoaudiólogos estudam no nosso século XX, o processo de comunicação patológica no homem, a linguagem humana e seus comportamentos. Há outros profissionais, foniatras, que estudam a fonação, Laringe, as cordas vocais e suas afecções. Temos que explicar bem seus campos científicos para que não se pense que a terapêuta e um médico fazem a mesma coisa; ou que jamais possam conviver, pois num futuro próximo poderia haver uma inter-secção fatal de suas profissões, ou que haja hoje, superimposição de funções.
Numa projeção probalística, a Foniatria irá se dirigir a microcirurgia e ao estudo oncológico da laringe, pela freqüência atual e desconcertante do câncer da laringe; ao implante e rejeição de órgãos, possivelmente. A Fonoaudiologia irá se dirigir ao estudo do pensamento verbal; à teoria que correlacionará percepção - produção do discurso linguístico; à Audiologia e provas fonoaudiológicas de disfunções centrais. Algumas dessas projeções já se delineiam e podemos conjecturar como irão se distanciar no seu futuro. Mas, no estudo sincronico, talvez seja melhor começar por definir essas profissões, hoje, antes de mais nada.
A Foniatria é definida pelo Novo Dicionário Aurélio como: "(de fono + iatria): parte da medicina que trata das perturbações de fonação resultantes de anomalia fisiológica do aparelho fonador ou de posição errônea dele. Tratamento dos defeitos da fala".
A Fonoaudiologia é definida no dicionário "Terminology of Communication Disorders" editado em 1980 pela Williams and Wilkins Company-Baltimore como: "Speech Science: study, analysis and measurement of all components of the processes involved in the production and reception of Speech. Synonime: Speach and Hearing Science".
A Foniatria é uma especialidade da medicina bastante antiga, pois por muitos séculos se pensou que a voz humana e a articulação decorrente das modificações do trato vocal fossem produzidas pelo próprio aparelho fonador e a laringe. Só muito mais tarde, a medicina soube que o cérebro possue as chamadas zonas da linguagem, Brocá e Wernicke, responsáveis por funções simbólicas mais altas, que comandavam processos mais periféricos, da emissão vocal e de sons articulados com significação: a linguagem. Essa faculdade, exclusiva do ser humano, o fez adaptar estruturas de laringe e comportamentos fono-respiratórios ao longo de sua evolução filogenética para simbolizar pelos signos de um código o seu pensamento. Hoje, o osso hióide e a cartilagem tireóide são de interesse da Antropologia inclusive, por causa disto.
Nos Estados Unidos, Canadá e em muitos outros países desenvolvidos, o foniatra acabou fundindo-se na Otorrino laringologia, uma especialidade médica que diagnostica e trata das afecções do ouvido, nariz e laringe. No entanto, na Europa, sobretudo na França, por causa da influência do foniatra Husson (já falecido) e sua teoria, a especialidade continua a existir. A teoria neorocronáxica de Husson, defendeu a posição de vibração ativa das cordas vocais na laringe, pela ação do nervo recorrente - um ramo do X par craniano, o nervo Vago. Apesar dos esforços de Froeschels, Isshiki, Von Leden, Rubin, Van der Berg, Wustrow, Weiss, a nova teoria não conseguiu ser aceita e comprovada. Hoje, pela moderna tecnologia - como a cinefluoroscopia podemos literalmente "ver", sem tocar, uma corda vocal em movimento.
Na Argentina o foniatra (já falecido) Dr. Julio Queiroz foi um incentivador da implantação da Fonoaudiologia. No Brasil há poucos foniatras, mas que fizeram sua especialização no exterior, como Dr. Bloch, Dr. Spinelli, Dr. Tabith.
A Fonoaudiologia é uma ciência da comunicação que não entra em choque ou se superimpõe à Foniatria. Estuda o comportamento do processo expressivo e receptivo do discurso lingüístico, por suas ciências fonéticas e lingüísticas correlacionadas com a Fisiologia, como foi claramente explanado na Avaliação e Terapia da Fonoaudiologia. Absolutamente não intervém nas afecções do aparelho fonador, quer seja para diagnosticá-las, para tratá-las por intervenção tópico, química - medicamentosa ou cirúrgica. A Fonoaudiologia estuda o comportamento lingüístico, sempre. Se a fonação e a fala venham a ser considerados como comportamentos de interesse do foniatra, é preciso ressaltar, que não são dirigidas pela laringe (que ele conhece bem). São comandadas pelas estruturas do cérebro lingüistico, pelas funções intelectivas e da psiquê do indivíduo que se comunica com outro indivíduo, que percebe, entende, e responde, estabelecendo uma relação social dialógica, através da mensagem do código (que conhece menos). A Fonoaudiologia a ser implantada no Brasil, não vai ocupar espaços de outro profissional, como o do foniatra. A profissão de fonoaudiólogo, já é reconhecida oficialmente em 27 (vinte e sete) países do mundo em boa harmonia e troca científica no seu trabalho. Não haveria porque se pensar que o fonoaudiólogo brasileiro iria exorbitar suas funções e fugindo à sua formação, agir por microcirurgia, receitar medicações ou dar diagnóstico médico. No sentido de evitar abusos e justamente, para haver sempre credibilidade profissional, as associações de fonoaudiólogos elaboraram um código de ética e pretendem constituir um conselho federal atuante, a fim de elevar a profissão e manter seu bom conceito diante da comunidade. Esse conselho deverá ser eleito democraticamente, pelos fonoaudiólogos para que nunca, se divorcie desses e os represente, de fato.
Na maioria dos países da Europa, América do Norte, África, Ásia, Área do Pacífico e América Latina a profissão é reconhecida geralmente pelo Ministério da Saúde ou da Educação ou ambos, ou ainda, pelos Governos Estaduais ou Federais, dependendo da legislação de cada país.
De 32 países dos quais tem-se vasta informação apenas cinco não tem a profissão reconhecida, dentre os quais, o Brasil, embora em todos os cinco a profissão seja exercida.
O primeiro país a reconhecer a profissão foi a Hungria em 1900. antes de 1940, cinco países reconheceram a profissão sendo eles: Áustria, Nova Zelândia, Alemanha, Noruega e Iugoslávia. Ao redor dos anos 60, mais onze países reconheceram esta profissão. Esperamos que na década de 80 a profissão seja reconhecida no Brasil.
A história da Fonoaudiologia no Brasil, de início, não se diferencia da Educação Especial. Já se pensava em reabilitação no Brasil na época do Império.
Em 1854 foi fundado o Imperial Colégio para meninos cegos - hoje, Instituto Benjamim Constant. Em 1855 foi fundado o Colégio Nacional, destinado ao ensino dos surdos. Passou o dito Colégio, sucessivamente, pelos seguintes nomes: Imperial Instituto de Surdos-Mudos (1857), Instituto Nacional de Surdos Mudos (1949), para em 1957 ser definitivamente reconhecido pelo nome de Instituto Nacional de Educação de Surdos, mais conhecido como I.N.E.S. Neste Instituto, em 1950, Ana Rimoli de Faria Doria marcou sua presença.
Paralelamente a educação dos surdos encontraremos em 1912 o Dr. Augusto Linhares, o grande precursor da Fonoaudiologia no Brasil, que já a diferencia da educação especial dando início as pesquisas e reabilitação dos distúrbios da voz e da fala, bem como cursos de orientação a professores. Também, promoveu conferências sobre o "Tratamento da Voz" e "Gagueira" as quais podem ser encontradas nos Anais da Academia Nacional de Medicina.
Em 1935/38, Souza Mendes e Julio Vieira, ambos otorrinolaringologistas com formação no exterior, se interessaram pelos problemas da voz,exclusivamente.
Em meados de 1920, Dr. José Guilherme Witel escreveu "A Voz e os Cantores" publicado na Revista de Otorrinolaringologia, estudando os registros vocais.
Em 1928, no Instituto de Pesquisa Nacional foi fundado o Setor de Ortofonia, sob a direção de Cinira Menezes que estudou a linguagem como comportamento.
Voltando da Europa em meados de 1935, o Prof. Sylvio Bueno Teixeira, fundou a Escola de Canto e Ortofonia em Campinas. Mais tarde, em 1970 é editado "A Voz e a Fala do Surdo Congênito", seguido das obras "Problemas da Voz e da Fala". "Considerações sobre a Voz, a Fala" etc.
Em janeiro de 1948 é lançada a terceira edição da obra "Manual de Califasia" do Dr. Silveira Bueno que tratava principalmente de problemas de dicção e articulação e era adotado em várias escolas do ensino secundário.
A partir da década de 1940 vários trabalhos surgiram em diversas partes do país, principalmente, em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, enfatizando-se a necessidade de criação e aprimoramento no campo da reabilitação dos Distúrbios da Fala, Voz, Audição e Linguagem.
Na década de 1950 surgem os primeiros movimentos para a habilitação sistemática em Terapia da Palavra. Por um lado teremos o Primeiro Centro de Pesquisas Educacionais com a colaboração do Dr. Ombredane, (estudo das afasias) e mais tarde, Ophelia Boisson Cardoso, a qual, também, iniciou o trabalho no campo da linguagem no Instituto Pestalozzi. Pelo outro lado, entre os profissionais de teatro vamos ter a participação de Lilia Nunes e Esther Leão, precursoras na reabilitação dos problemas da voz e também dos cursos de Impostação da Voz. Em 1956 foi fundado na AFAE o setor de terapia da Palavra. A seguir o Dr. José Julio Ferreira de Souza (ORL) iniciou o curso de Logopedia no Hospital São Francisco de Assis no Rio de Janeiro e a professora Lucia Teixeira Bentes (já falecida) iniciou o curso para formação de Logopedistas na Sociedade Pestalozzi do Brasil.
Na década de 1960 encontramos o Dr. Pedro Bloch, foniatra especializado no exterior, na ABBR, que a partir de 1980 dá residência à fonoaudiólogos. Em 1964 foi criado na SED (Secretaria Estadual de Educação e Cultura do ex-Estado da Guanabara), um curso de formação de Terapeuta da Palavra, sob a iniciativa da Prof. Abigail M.Caraciki, visando a necessidade de atender os problemas da Linguagem lida-escrita dos alunos da rede oficial de ensino primário. Ainda, no Hospital São Francisco de Assis encontramos a Prof. Edyr Pinheiro Alves responsável pela formação de Logopedistas. Estes foram os primeiros cursos de formação para Fonoaudiólogos no Rio de Janeiro, sendo que nesta ocasião eram todos cursos livres, sem o estudo sistemático da Fonética, da Lingüística, da Audiologia.
No Rio de Janeiro as contribuições dadas por Maria da Glória Beuttermuller, Vera Janacopolis, Ruth Pereira, Emília D' Aniballi, Regina Morizot Leite, Beatriz Saboya e muitos outros, marcaram o início do dinamismo e necessidade de maiores estudos e conquistas no campo.
Em 1976, o C.F.E. reconheceu a primeira Faculdade de Fonoaudiologia da Universidade de Santa Maria - RS. Atualmente, várias instituições de nível superior formam profissionais em Fonoaudiologia, sendo: no Rio de Janeiro - Universidade Católica de Petrópolis, Instituto Cultural Henry Dunant (FINES), Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, Sociedade de Ensino Superior do Rio de Janeiro; em São Paulo - Escola Paulista de Medicina, PUC de São Paulo, Universidade de São Paulo, Universidade Católica de Campinas; no Rio Grande do Sul - Universidade Federal de Santa Maria; no Paraná - Universidade Católica do Paraná; em Pernambuco -Universidade Católica de Pernambuco. Em outros estados, profissionais da área mobilizam-se na implantação de cursos de Fonoaudiologia em Universidade, visto a carência de serviços para suprir a demanda nesses estados.
Há no Brasil várias instituições que através de seus associados mobilizam à classe num constante incentivo em busca de valores inerentes à profissão, como a melhor formação. Entre estas organizações encontram-se: Associação Brasileira de Fonoaudiologia - ABF-SP (profissional, de utilidade pública); ABRAFA-SP (cultural); Associação dos Fonoaudiólogos do Rio de Janeiro - AFONERJ (profissional); Sociedade Brasileira de Logopedia - SBL-RJ (cultural); Associação Sul Brasileira de Fonoaudiologia - ASSULBRAF-RS (profissional); Associação Sul Rio Grandense de Fonoaudiólogos - RS (profissional); Associação de Fonoaudiologia do Paraná e Santa Catarina - AFOPRESC (profissional); Associação Pernambucana de Fonoaudiólogos - PE (profissional).
Há ainda, outras sociedades culturais, assim como núcleos profissionais de fonoaudiólogos em Brasília, Bahia, Minas Gerais, Piauí, Espírito Santo, Fortaleza estão com seus núcleos em formação. As associações profissionais, as associações culturais e núcleos de Fonoaudiólogos lutam pelo reconhecimento da profissão no Brasil, através de uma Comissão Nacional eleita pela classe, que escreve esse documento.
Vários eventos na área feitos anualmente: Em 1967, realizou-se o 1º Seminário Brasileiro de Terapia da Palavra no Rio de Janeiro. Em 1969, o 1º Congresso Brasileiro de Terapia da Palavra. Em 1971, a Universidade Sta. Maria fez realizar o 2º Congresso Brasileiro de Terapia da Palavra na ex-Guanabara e em 1974, o 3º Congresso Brasileiro de Terapia da Palavra em Curitiba. Todos os anos a UFMS, a PUC-SP, o Instituto Cultural Henry Dunnant (F.I.E.S.) - RJ realizam a Semana da Fonoaudiologia, no sentido de atualizar constantemente o fonoaudiólogo nos progressos da sua área, inclusive, convidando nomes internacionais. Em 1980 realizou-se em São Paulo o I Simpósio Internacional sobre Afasia, em junho; em agosto do mesmo ano, realizou-se no Rio de Janeiro na Universidade Sta. Úrsula, uma Maratona de Debates sobre a Gagueira, reunindo vários profissionais da área fonoaudiológica. Em setembro/80 realizou-se o Simpósio sobre o Fissurado, com a participação de vários profissionais fonoaudiólogos. Em 1981 já estão sendo programados congressos e simpósios.
Ultimamente, o interesse a editoração está sendo despertado por um grupo de profissionais que publicam os trabalhos. Os livros de Fonoaudiologia ainda são encontrados através das traduções já existentes ou de obras em espanhol, francês, inglês e alemão. No entanto, já começa a haver no Brasil obras editoradas por profissionais fonoaudiólogos.
O Jornal Brasileiro de Reabilitação é a publicação de informação científica que serve de veículo a todos os profissionais e entidades da Fonoaudiologia no Brasil. Foi fundado em setembro/1979, no Rio de Janeiro e tem distribuição em quase todos os estados brasileiros. "O Journal of Speech and Hearing Disorders" é a publicação americana que traz as mais novas pesquisas na "Speech Science".
A crescente necessidade de atendimentos aos deficientes da Linguagem Oral e Escrita, Fala, Voz e Audição fez com que surgissem muitas clínicas multidisciplinares e centros de atendimentos especializados, de profissionais autônomos. Contudo, inúmeros profissionais exercem as suas atividades em hospitais, escolas federais, estaduais, municipais, da Marinha, Aeronáutica, Exército, do INAMPS, muitos em desvio de função, esperando que se abram as perspectivas de trabalho vinculadas à regulamentação da profissão. É essa perspectiva de um emprego no mercado de trabalho depois que se formar que mantém as faculdades de Fonoaudiologia com um bom número de alunos. Este é um segundo ponto importante e preocupante.
A pesquisa no campo da Fonoaudiologia, ainda não é desenvolvida em larga escala por instituições particulares ou profissionais, visto ser dispendiosa e não haver apoio governamental no reconhecimento da profissão. Poucos fonoaudiólogos tem grau de mestre ou doutro. Se o tivessem pesquisariam certamente.
Uma vez que uma necessidade social se ergue acima da lenta burocracia é de esperança que a Fonoaudiologia venha a se implantar no Brasil, devido a compreensão dos poderes públicos do grande alcance social da profissão.
No final desse século, a Fonética, influenciada pela descoberta do sânscrito, pelos neo-gramáticos e pelos comparativos históricos, ascendeu ao status de Ciência. Rask, Werner, Grimm, Pott, contribuíram para as pesquisas das leis; Brucke Victor para a Fonética Articulatória Fisiológica; Fourier e Helmoltz para a Fonética Acústica. O abade Rousselot aperfeiçou o quimógrafo e contribuiu para a Fonética Experimental, em 1897, no College de France. Há duas correntes na Fonética. Por um lado, (Bopp), propõe valores nacionais da língua como importantes. Outra corrente vê a evolução das línguas por leis imutáveis.
Em 1876 Sievers publicou - Fundamentos da Fisiologia do Som - , na Alemanha, onde faz a descrição dos sons fonéticos baseados na audição. Seu trabalho foi seguido e sua metodologia adotada por: Passy na França, Henry Swset na Inglaterra, Otto Jesperson na Dinamarca e Gonçalves Viana em Portugal. Mas a Fonética Articulatória acabou sendo de maior interesse dos fonéticos, porque tem a maior possibilidade instrumental.
Se a Fonética crescia nesse final de século, a Lingüística teria que esperar o próximo século. Enquanto isso, pelo lado das Ciências Biológicas, (na Medicina), havia, em 1861: Brocá, que determinava o centro da fala articulada; Wernicke, que denominava o centro das imagens auditivas que Meinert estudava; Djerine, que encontrava o centro das imagens visuais; H.Jackson, que se referia à preservação da linguagem automática nos afásicos. Mas em 1828 havia também Dieffenbach no Instituto de França declarando que o gago tinha um desvio na postura da língua, na qual se devia fazer incisões e Defnond, que perfurava a língua em 3 posições, até que ambos causaram muitas mortes. O mesmo Dieffenbach, se não entendia comportamento como gagueira, propunha a separação de tecidos moles do palato duro antes do fechamento ósseo da fenda palatina. Infelizmente depois de operados os fissurados não articulavam. Faltava um elocucionista ou fonoaudiólogo para tratar dos comportamentos da fala. Trousseau foi o primeiro a usar o termo "afasia" na Medicina, apesar de que Empiricus já o empregasse, em 200 D.C.
Nos meados do século XIX, o fato de que a Medicina começasse a conhecer melhor a Fisiologia, não lhe dizia o que fazer com aqueles comportamentos lingüísticos, dos afásicos, gagos, fissurados etc. Assim, enquanto Djerine dissecava cérebros lesionados dos cadávares, Mme. Djerine se preocupava em compreender, explicar e reabilitar aqueles comportamentos afasóides que via nos pacientes de seu marido. Podemos dizer que é uma fonoaudióloga pioneira na França. Eis as diferenças de ação do médico e do fonoaudiólogo. O primeiro estuda as afecções, o segundo os comportamentos. Completam-se, sem superimposição de funções nos seus campos de trabalho independentes.
No apagar das luzes do século XIX na Inglaterra, o fonético Henry Sweet (retratado como o prof. Higgins em "Pigmalion" de Bernard Shaw, adaptado em "My Fair Lady" para o cinema por Lerner) buscou estudar a linguagem patológica pela Fonética. Seu livro "Hand-book of Phonetics" em 1877, explicou o que chamou de "Broad Romic", isto é: cada símbolo representava um grupo de sons. Foi ele o criador do Alfabeto Fonético Internacional. Todo o seu trabalho em Oxford foi baseado na Fonética e no "Visible Speech" desenvolvido por Charles e Neville Bell, avô e pai de Graham Bell, ambos professores de Elocução e Fonética em Edimburgo. Sweet foi o primeiro fonético a ter a noção abastrata de fonema. Pode ser considerado um fonoaudiólogo pioneiro, pois conseguiu fazer uma gestalt dos conhecimentos científicos para começar a explicar as patologias da linguagem.
Na área da Física Acústica no século XIX, Besold, Rinné, Schavabach mostravam a importância da Acústica aplicada ao diagnóstico diferencial da surdez. Meniére substituía Itard no trabalho com os surdos, em Paris.
No ano de 1891 o Instituto Nacional dos Surdos-Mudos da Argentina criou a cadeira de Ortofonia, preparando profissionais. No Brasil foram criados os Imperiais Institutos para Meninos Surdos e para os Cegos, hoje INES e Benjamim Constant, respectivamente. Mas antes disso, entre 1800 e 1815, na Europa de Napoleão, os surdos tiveram seus direitos políticos reconhecidos. Na Noruega em 1881 foi estabelecida uma lei obrigatória para a instrução do surdo. Em 1898, governos como o da Dinamarca, Suiça, Áustria, Alemanha, começaram a instituir os primeiros serviços especializados no campo da terapia da palavra.
No século XIX começaram a se intensificar os estudos da Física Acústica aplicada à audição humana. Os irmãos Weber e Carl Stumpf, estudavam por investigações psicológicas a sensibilidade humana ao som. O termo "Acústica" foi usado pela 1ª vez no século XVIII por Joseph Sauveur, um surdo, mas o padre Kircher teria feito um tratado sobre essa, em 1673, "Phonurgia Nova". No entanto, um século antes, se não fosse o trabalho do grande físico Isaac Newton (1642-1727), sobre propagação e velocidade de ondas, os esforços de Politzer, Lucae, Barany, Hartman, Hughes não teriam chegado, no final do século XIX, às possibilidades instrumentais da audiometria. Hoje, se um fonoaudiólogo phD como Willford cria uma bateria de testes audiométricos para o disléxico é sempre, graças a Newton.
Em 1854, o cantor Manuel Garcia inventou o laringoscópio. Nesse aparelho olhava suas próprias cordas vocais para ver se estavam inflamadas. Começou a ensinar seus colegas, professores de canto e seus alunos a olharem também. Mais tarde, médicos como Cjermak e Tuerk, quiseram torná-lo um aparelho exclusivo da Medicina. De certa forma a descoberta do aparelho é um marco na Otorrinolaringologia que se estabeleceu como especialidade médica a 130 anos atrás e se formou pela reunião da Otologia e Laringologia. Inicialmente, teve um caráter clínico, depois cirúrgico. Hoje é clínico e microcirúrgico, basicamente.
O séculos XIX terminava com a saída da família Bell de Edimburgo, emigrando para a América. O nome Bell, não é só importante por Alek Bell ter inventado o telefone, mas também, por seu trabalho na Fonoaudiologia. Seu avô Charles Bell era um professor de elocução em Edimburgo. Seu pai, Neville Bell, também, ensinava elocução e fonética em Edimburgo; assim desenvolveu um sistema de análise visual da onda sonora, o Visible Speech. O filho, Alexandre Graham Bell, aplicou sua vida à comunicação e aos deficientes de comunicação, pois era casado com uma surda. A Fonoaudiologia se desenvolveria na América pelo trabalho extraordinário desses pioneiros. Mas toda a possibilidade de experimentação de teorias fonético-acústicas na Inglaterra, também partiu com eles. Assim, o "Visible Speech", que Graham Bell denominou "fonoautógrafo", que ele mesmo e Watson aperfeiçoariam nos Estados Unidos, pela Cia. Bell, viria a ser uma invenção americana.
Em 1894, o Dr. Wyllie, em Edimburgo, que ficara pobre em Ciência com a saída dos Bell e a morte de Sweet, escreveu "Disorders of Speech", onde busca evidenciar a necessidade de uma visão organicista e médica para esses casos.
Não caberia à Fonética e sim à Medicina estudar esses problemas.
As Ciências Fonéticas não tinham desenvolvido ainda seu ramo Acústico e a Lingüistica não tinha surgido. Por isso pensou que a Medicina poderia resolver todos esses problemas. Mas, se as patologias orgânicas respondiam ao tratamento médico até certo ponto, as patologias funcionais não. A gagueira, a dislexia funcional, eram comportamentos lingüisticos complexos em que o estudo da base biológica, apenas, não dava explicações. Essa visão biológica única das 3 faces de um fenômeno bio-psíco-social, não seria suficiente. Isto só se saberia mais tarde, no século XX, com as Ciências da Comunicação e o desenvolvimento da Psicologia e da Lingüística.
Os fonéticos que ficaram na Europa conturbada pelas guerras sucessivas de 1870 e 1914, não tinham possibilidade instrumental, pois Edson não havia inventado o fonógrafo ainda, na América. Continuariam fisiológicos. Assim, Troubetskoy e Jakobson voltaram-se para a pesquisa lingüística teórica. O famoso Círculo de Praga separou a Fonética Clássica (articulatória) da nova ciência lingüística que criaram. A Fonoaudiologia, extremamente teórica naquele tempo, não pôde ser aplicada, logo em seguida, aos problemas da linguagem pelos elocucionistas ou fonoaudiólogos da época que não eram muitos, nem tinham uma formação regular. A criação da Fonoaudiologia seria uma reação dos fonéticos à Fonética Clássica, que se tornava pura fisiologia da articulação, pela influência das Ciências bio-médicas em ascensão na Europa.

Fonte:Paulo Goulart, Sandra A . Goulart, Solange Issler, Marjorie Hasson, Mara Dantas.



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