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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Continuação da Postagem Anterior: AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DA DEGLUTIÇÃO E DA DISFAGIA OROFARINGEA.

Na fisiologia de proteção das vias aéreas, ainda se prioriza o papel de estruturas isoladas. Esta função se cumpre pela inter-relação dinâmica de diversas estruturas que, arranjam-se durante a fase faríngea da deglutição. Este arranjo sob comando de um controle neural, determina diminuição da resistência da via digestiva, por sua ampliação seqüencial, e aumento da resistência das vias aéreas. Não depende de uma ou de outra estrutura especificamente, mas sim, de uma dinâmica funcional, onde diversas estruturas participam integrando suas possibilidades individuais.

Músculos de ventre discreto, como o ariepiglótico, cuja ação descrita seria a de esfíncter superior da larínge aproximando aritenóides e epiglote e fechando em adução o ádito laringeo10,16, funções que para se cumprir, exigiria suplantar resistências que evidentemente este músculo não é capaz.

Uma pressão basal de repouso elevada, existente na transição faringo-esofágica, usualmente atribuída ao músculo cricofaríngeo que, por suas características morfológicas e fixações, não seriam cabidas; deixando-se de valorizar outras, como a ação de pinça produzida pela relação entre a laringe e a lordose cervical sobre esta transição, que tem no músculo cricofaríngeo a delimitação de seu contorno postero-lateral7.

Fixações ligamentares que por si, determinam o deslocamento correlato de estruturas durante a deglutição, desconsideradas no contexto de suas dinâmicas, como o observado para o ligamento hio-epiglótico que determina o deslocamento anterior da epiglote antes que ela se everta sobre o ádito laríngeo, separando, com sua extremidade livre, a orofarínge da laringofarínge; fato que ocorre em tempo posterior a passagem do volume deglutido9.

As considerações acima formuladas, não visam apenas polemizar, têm o propósito básico de enfatizar a importância de se reanalisar os conceitos a luz de observações permitidas por novos métodos.

Os métodos ópticos de visão direta permitem observação regionalizada e interferem na dinâmica, não sendo portanto os mais adequados a investigação dos mecanismos envolvidos na dinâmica da deglutição.

A manometria, se limita ao registro das variações pressóricas da dinâmica faríngea e se sustenta em conceitos funcionais que não é capaz de testar.

JONES et al11,enfatizaram que a faringe tem sido radiologicamente e a longo tempo uma terra de ninguém desconhecida dos radiologistas pela complexa anatomia e dificuldade de registro adequado devido a impossibilidade de mantê-la distendida com uso de meios de contrate.

Como resgate ao método radiológico, o método videofluoroscópico, que registra, com baixo índice de exposição à radiação, a dinâmica da deglutição com 30 frames por segundo( 60 campos de imagem) deixa ver e correlacionar com qualidade suficiente, os eventos até então pouco definidos. O método registra todo o processo da dinâmica da deglutição permitindo que se analise e reanalise os eventos registrados até que se os compreenda de modo adequado sem que sejam necessárias novas exposições a radiação. Diversos trabalhos têm ressaltado ovalor do método videofluoroscópico6,8,13,14,17,19. Ele tem sido considerado como o gold standard para avaliação da deglutição e de suas disfunções. Linden e Siebens15 concluíram que a técnica videofluorocópica é essencial para a detecção e compreensão das patologias da deglutição.

AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DA DEGLUTIÇÃO: FASES ORAL E FARÍNGEA.

.... HAVERÁ CONTINUAÇÃO NA PRÓXIMA POSTAGEM!


Autor: Milton Melciades Barbosa Costa