
Em geral, a criança acometida desse transtorno comporta-se de maneira contraditória. Em casa, conversa normalmente com os pais e brinca com os irmãos, mas, quando um adulto de fora do círculo familiar incluindo professores ou uma criança que não conhece lhe dirige a palavra, ela permanece muda, demonstrando ansiedade, nervosismo ou, em certas ocasiões, pânico. Na escola, às vezes não consegue sequer pedir para ir ao banheiro e em alguns casos se comunica apenas por gestos.
Até há pouco tempo, pensava-se que esse distúrbio atingia uma em cada mil crianças. Recentemente, um estudo desenvolvido pela American Academy of Child and Adolescent Psychiatry mostrou que essa proporção é de sete para cada mil, o que torna o mutismo seletivo duas vezes mais freqüente do que o autismo.
"Nem sempre é fácil chegar ao diagnóstico de mutismo seletivo", diz Rinaldo Voltolini, professor de psicologia da educação da Universidade de São Paulo. "Ao contrário da criança hiperativa, cujo comportamento agitado chama a atenção de todo mundo, a criança com mutismo seletivo não perturba ninguém e passa por quietinha", completa.
Segundo psiquiatras e psicólogos, o mutismo seletivo surge da conjunção de vários fatores. Quase sempre ele é deflagrado por uma experiência negativa pela qual a criança passou uma violência física ou verbal, ou uma grande decepção. A genética também conta: estatísticas mostram que 70% das crianças afetadas pelo transtorno têm um parente próximo com histórico de perturbações psicológicas.

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