Cientistas da Universidade de Oxford aplicaram recentemente ao estudo da gagueira uma técnica moderna de neuroimagem para escanear a arquitetura do cérebro de pessoas que gaguejam com uma resolução até então inédita para pesquisas na área. Como resultado do uso desta técnica de neuroimagem, chamada "ressonância magnética por tensor de difusão" (DTI ressonance), os cientistas foram capazes de detectar uma base física para a gagueira.
Através da DTI ressonance, foram verificadas diferenças consistentes em uma variável chamada anisotropia fracional na matéria branca do cérebro de pessoas que gaguejam. As diferenças mais significativas estavam localizadas logo abaixo de regiões do córtex importantes para o processamento da fala no hemisfério esquerdo, indicando uma diminuição na densidade dos feixes de matéria branca que conectam essas regiões. Os cientistas concluíram que as falhas de conexão resultantes dessa diminuição na densidade dos feixes leva a uma maior suscetibilidade dos sistemas neurais corticais e subcorticais a sofrer rupturas no fluxo do processo de seleção, iniciação e execução das sequências motoras necessárias para a produção de fala fluente.
Com esta descoberta, os cientistas conseguiram demonstrar que, ao contrário do que está amplamente disseminado na crença popular, que tende a ver a gagueira como um problema psicogênico, a causa da gagueira não está relacionada a razões de fundo emocional ou psicológico, como por muito tempo se acreditou, mas sim a razões de natureza neurobiológica.
Para maiores informações sobre esta importante descoberta, o artigo abaixo, publicado na revista científica Brain (uma das mais importantes do mundo na área de neurologia), traz todos os detalhes do estudo:http://brain.oxfordjournals.org/cgi/content/abstract/131/1/50
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