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domingo, 26 de abril de 2009

Atuação Fonoaudiológica no Âmbito da Saúde Pública

O presente artigo tem como objetivo sistematizar estudos e reflexões sobre a fonoaudiologia na saúde pública, discutindo propostas voltadas ao sistema de saúde no Brasil. As transformações atuais apontam para uma integração interdisciplinar e intersetorial nas propostas de promoção de saúde. A atuação fonoaudiólogica no âmbito da saúde pública vem crescendo no decorrer dos últimos anos por todo o Brasil.
As atuais políticas de saúde internacionais e nacionais apontam para as necessidades de uma mudança de paradigma na atenção à saúde, deslocando o eixo patologia/ tratamento/ controle/ prevenção de doenças para o eixo saúde/promoção da saúde. Os problemas da saúde deixam de ser analisados a partir da perspectiva individual para serem abordados de forma integral na perspectiva da promoção de saúde, e de ser responsabilidade de profissionais específicos e passam a ser interdisciplinares e parcerias intersetoriais, envolvendo diversos setores da sociedade, na implantação de políticas públicas e ambientes saudáveis para a equidade e melhoria da qualidade de vida.
Com a reestruturação do sistema de saúde a fonoaudiologia se inseriu na atenção básica e deve atuar em todas as fases e níveis de atenção da saúde. Os níveis de prevenção são divididos em primária, secundária e terciária. A prevenção primária se faz com a intercepção dos fatores pré-patogênicos e inclui a promoção da saúde e a proteção especifica, o nível secundário é realizado no individuo, já sob ação de patogênico ao nível de estado de doença, e inclui o diagnóstico precoce e a limitação da invalidez; a prevenção terciária consiste na prevenção da incapacidade através de medidas destinadas a reabilitação.
A prevenção realizada pelo fonoaudiólogo consiste em eliminar os fatores que interferem na aquisição e desenvolvimento dos padrões da fala, linguagem e audição. Com medidas de caráter amplo e especificas.
Na prevenção primária o fonoaudiólogo visa eliminar ou inibir fatores responsáveis pela ocorrência e desenvolvimento das patologias de comunicação através de medidas de ordem geral e de combate a determinadas patologias fonoaudiológicas especificas, podendo ser incorporadas de forma direta e indireta com estratégias de imunização, saúde ocupacional, educação nas escolas, aconselhamento genético, cuidados pré-natais, tratamento precoce, planejamento familiar, screening, cuidados médicos contínuos, controle da qualidade ambiental, qualidade de vida, e uso de alimentos específicos.
Na prevenção secundária a ação diagnostica é rápida e o tratamento é imediato com objetivo de curar ou estacionar o processo evolutivo da doença, evitando a contaminação de terceiros se a moléstia for transmissível, a fim de evitar complicações e seqüelas, evitar a invalidez prolongada, através de ações como provisão de meios para limitar a invalidez e evitar a morte, inquérito para descobertas de casos na comunidade, exames periódicos, detecção precoce de casos, pesquisas de triagem e tratamento para evitar a progressão.
Na prevenção terciária o principal objetivo é de recolocar o individuo afetado em sua posição útil na sociedade com a máxima utilização de sua capacidade restante, reintegrando esse individuo na sociedade com ações de reabilitação fonoaudiológicas, emprego para o reabilitado, prestação de serviços hospitalares e comunitários para reeducação e treinamento para utilização máxima das capacidades, educação do púbico e indústria no sentido de que empreguem o reabilitado, emprego tão completo quanto possível e utilização de asilos. Atualmente a reabilitação passa a ter importância em decorrência do aumento da expectativa de vida.

O princípio fundamental é que a responsabilidade com a saúde não cesse, estenda-se durante toda a vida, buscando melhoria, condições e qualidade de vida.

Atualmente a fonoaudiologia conquista um grande espaço na saúde pública com a integração em equipes do núcleo de apoio à saúde da família (NASF), de acordo com a portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008. O NASF tem como objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações de atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de saúde da família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica.

O profissional de fonoaudiologia está presente em todos os segmentos da saúde, desde a baixa até a média e alta complexidade. Com a sua inserção no NASF a fonoaudiologia ficará cada vez mais reconhecida. O trabalho que o fonoaudiólogo realizará junto aos pacientes na atenção básica irá dar a dimensão da sua importância no dia-a-dia.

O fonoaudiólogo deve atuar promovendo à saúde e a qualidade de vida como estratégias de prevenção de doenças junto de ações multiprofissionais. Ações como saúde da mulher, da criança, do adulto e do idoso de forma direta e indireta com essas populações. De forma direta realizando programas de orientação do desenvolvimento da linguagem, audição e das funções estomatognáticas (sucção, mastigação, deglutição, fonoarticulação e respiração), entre outras. Na forma indireta atuando na realização de diagnósticos e tratamento precoce em linguagem, motricidade oral, voz e audição.

É muito interessante nós profissionais de fonoaudiologia buscarmos um pouco mais de saber e de capacitação na área de saúde pública e conhecermos o que é o sistema único de saúde, e não se voltarmos apenas para área clínica de caráter particular . É preciso ser capacitado e ter um diferencial para mostrasse ao gestor e integrasse em equipes. Faço minha as palavras de Lessa: "Se não começarmos a trabalhar na direção do envolvimento do fonoaudiólogo com a política de saúde e não um fonoaudiólogo que apenas quer atuar em saúde pública sem preparo para isto acabará não fazendo com que nosso discurso seja compreendido pelos outros, se não conseguimos ter a compreensão do todo, chegaremos a nada".

No Brasil, já existem capacitações regulamentadas pelo ministério da saúde e da educação com modalidade de formação em serviço pós- graduação latu senso, como a residência multiprofissional em saúde que é fundamental no preparo de profissionais qualificados para assistência a saúde da população brasileira e pra a reorganização do processo de trabalho em saúde na direção dos princípios e diretrizes constitucionais do SUS, dando importância a qualificar todas as profissões em saúde. O ministério da saúde também esta investindo na carreira do profissional de saúde da família e em gestão de saúde, lançando a especialização à distância na universidade aberta ao SUS (UNASUS). Nós fonoaudiólogos precisamos agora fazer a nossa parte.
Fonte: Ana Luiza de Souza Bezerra.
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quarta-feira, 22 de abril de 2009

DISFONIAS ENDÓCRINAS: UMA VISÃO FONOAUDIOLÓGICA

O funcionamento do organismo está diretamente relacionado a uma série de transformações físicas, químicas, psicológicas e estruturais. Transformações essas que ocorrem de forma sistemática e se manifestam por meio da circulação de substâncias que desencadeiam inúmeras modificações intrínsecas e extrínsecas, os hormônios. No entanto, para que os parâmetros fisiológicos sejam mantidos, as glândulas ou os órgãos endócrinos, como hipotálamo, hipófise, tireóide, supra-renais, ovários, testículos, controlam alças de feedback que regulam a secreção e ação dos hormônios.

A produção da voz pode variar, caso os principais excretores hormonais estejam desalinhados com a respectiva produção de seus hormônios específicos. Diante dessa afirmação pode-se dizer que a voz pode externalizar manifestações de natureza fisiológica (disfonias endócrinas de desenvolvimento) ou ainda manifestações de natureza patológica (disfonias endócrinas propriamente ditas).Nas disfonias endócrinas de desenvolvimento situações específicas são observadas: 1) a maturação e o desenvolvimento sexual, com maior interesse na muda vocal e 2) fatores relacionados com o ciclo menstrual feminino de reprodução humana, o que inclui a menstruação, a gestação e a menopausa. Contudo, observa-se ainda que existe uma pequena diferença quanto ao efeito do ciclo hormonal feminino no que diz respeito ao impacto causado na voz. Percebe-se que as manifestações vocais decorrentes deste fator são mais complexas em cantores do que em não-cantores. Podendo comprometer o desempenho da produção vocal profissional.Nas disfonias endócrinas propriamente ditas, as manifestações vocais podem estar relacionadas com causas variadas, advindas de fatores congênitos, adquiridos, sindrômicos, tumorais, lesões variadas ou causas idiopáticas (BEHLAU, 2005). Apesar da descrição detalhada que se tem dessa enfermidade, o conhecimento das alterações vocais relacionadas ainda e de pouca elucidação, e bastante limitada. Contudo, essa limitação vem sendo reformulada com os principais achados de distúrbios vocais decorrentes de alterações na hipófise (hipopituitarismo); na tireóide (hipo e o hipertireiodismo); nas glândulas supra-renais (enfermidade de Addison); nas glândulas sexuais, (hermafroditismo) e as relacionadas ao metabolismo, como o diabetes mellitus.Para os portadores de qualquer dessas alterações, a atuação fonoaudiológica se reveste de um papel de fundamental importância, já que, através de manobras específicas pode reduzir as alterações vocais encontradas durante períodos específicos, como a menstruação, menopausa e a muda vocal, tornando a voz mais estável e ampliando a tessitura vocal.Quanto à intervenção nas alterações endocrinológicas "reais", não há estudos específicos sobre o trabalho vocal, embora haja descrição da atuação fonoaudiológica em alguns casos. De certa forma pode-se afirmar que existe um lugar para o trabalho da Fonoaudiologia relacionado à reabilitação vocal desses indivíduos, que, por sua vez, lança mão de estratégias para o aperfeiçoamento das características acústicas da qualidade vocal, já que muitas vezes não se pode atuar diretamente sobre a fonte glótica (pregas vocais).

Fonte: Juarez Belmiro Moraes Junior - Fgo. Graduado pela Faculdade Santa Terezinha - CEST, Especializando em Motricidade Orofacial com ênfase em Fonoaudiologia Hospitalar pela ESAMAZ (Escola Superior da Amazônia) e Pesquisador do Projeto Educação Vocal para Professores (CNPq).



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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Bruxismo

O bruxismo, mais frequentemente chamado ranger de dentes, é um dos problemas que afecta sobretudo as crianças podendo no entanto também afectar os adultos.
O bruxismo não é uma doença propriamente dita mas sim uma manifestação de algo que não está bem, quer seja com a criança quer seja com o adulto.
O ranger de dentes ou bruxismo é um sintoma de algo que não está bem e que precisa de ser corrigido.
Ele pode ter consequências graves para os dentes, para além de poder criar problemas a nível da ATM (Articulação Temporo Mandibular).
A nível dos dentes, o ranger provoca um desgaste nos dentes que os pode colocar em risco e colocar em risco a saúde dos mesmos.
O ranger dos dentes ou bruxismo também "força" e cria tensões a nível das ATMs o que lhes cria desgastes e eventuais problemas.
Os problemas da ATM podem provocar situações como enxaquecas, problemas de ouvidos, dores miofasciais, problemas no trigémeo, stress, ansiedade, depressão, etc. para além de muitos outros problemas e situações.
O ranger de dentes ou bruxismo é uma boa indicação de que algo não está bem e que precisa de ser corrigido.
O bruxismo normalmente é uma boa indicação de que a pessoa ou criança está sujeita a uma pressão mental ou emocional demasiado forte, a qual pode provir de problemas emocionais ou de problemas físicos.
Estes problemas (quer os físicos quer os emocionais) precisam de ser detectados e corrigidos o mais rapidamente possível para que não se venham a desenvolver em problemas bem mais graves ou em situações crónicas.

Infelizmente o bruxismo costuma ser descurado quer pelos pais quer pelos diversos profissionais que não têm conhecimentos acerca das causas nem das consequências que o mesmo pode provocar.
Desta forma muitos dos problemas que poderiam ser evitados acabam por virem a ocorrer, criando muito sofrimento, despesas, baixas médicas, cirurgias e muitas outras situações.
Muitos dos problemas de saúde poderiam ser despistados e eliminados muitos anos antes caso as pessoas e os profissionais tivessem conhecimento acerca das causas e das consequências do bruxismo.

Infelizmente o desconhecimento leva a que só muitos anos mais tarde ou só quando a situação é demasiado grave se procurem soluções para os problemas ou os sofrimentos.

O ideal seria que os pais, as pessoas e os profissionais estivessem alerta para esta situação e que todos aqueles que têm este problema fossem encaminhados para quem saiba detectar e resolver as causas por detrás deste problema.

Frequentemente existem muitas alterações no corpo que podem dar origem ao bruxismo ou que o podem agravar.

Estas alterações no corpo deveriam ser detectadas e corrigidas para que o bruxismo pudesse ser resolvido assim como para que essas causas não venham a dar origem a outros problemas mais tarde.

A solução está em localizar as causas do bruxismo e resolvê-las e isso pode ser feito em pouco tempo, quando a pessoa o deseja e quando encontra quem sabe lidar com o assunto.

O objectivo é sempre detectar e resolver o problema mas para o conseguir há que detectar e eliminar as causas que lhe dão origem.

E isso pode ser uma coisa fácil e rápida quando se encontra quem o saiba fazer.
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sábado, 11 de abril de 2009

Síndrome de Sanfilippo

Fácies ligeiramente grosseira; discreta rigidez articular; oligofrenia

Este quadro clínico foi identificado em 1963, por Sanfilippo e cols. Parece ser esta a mucopolissacaridose mais freqüente. O mucopolissacarídeo eliminado em quantidade excessiva é composto exclusivamente de sulfato de heparitina. Via de regra, estes pacientes não apresentam turvação na córnea.

MANIFESTAÇÕES
Inicia-se na idade pré-escolar.
Crescimento. Normal ou acelerado, até à idade de um a três anos; em seguida, observa-se diminuição do ritmo normal de crescimento.
Desempenho. Retardo do desenvolvimento intelectual a partir da idade de um ano e meio a três anos, seguido de diminuição das faculdades, inclusive em relação à marcha, à fala e ao comportamento.
Urina. Eliminação de quantidades anormais de sulfato de heparitina.
Outras Manifestações. Hepatomegalia inconstante. Obliteração das cavidades da polpa dental, que é substituída por dentina secundária de aspecto irregular.

EVOLUÇÃO
Os distúrbios do sono e as infecções recidivantes das vias aéreas superiores constituem às vezes a primeira manifestação da doença, anterior à parada do crescimento e do desenvolvimento intelectual. Infelizmente, esta doença termina pela oligofrenia grave, em indivíduos geralmente dotados de notável força física e difíceis de serem controlados. Esta síndrome é compatível com longa vida, se bem que muitos pacientes cheguem a falecer de pneumonia, entre os 10 e 20 anos.

ETIOLOGIA
Transmissão autossômica recessiva. O tipo A da mucopolissacaridose de Sanfilippo é devido à deficiência da sulfatase que desdobra o sulfato de heparitina, ao passo que o tipo B desta doença resulta da deficiência da N-acetil-alfa-D-glucosaminidase. Verificou-se certo grau de variabilidade nas manifestações observadas em grupos de irmãos.

Fonte: http://ies.portadoresdedeficiencia.vilabol.uol.com.br/SindromedeSanfilippo.htm
Bibliografia
SMITH, J., Padrões Reconhecíveis de Malformações Congênitas, 5º Edição, S.P., 1998, Ed. Manole.
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