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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Distúrbios da Comunicação Humana na criança e no adolescente: Voz

A voz é uma função neurofisiológica inata, de sofisticado processamento muscular, com manifestações psicológicas. Através da sua flexibilidade, a voz funciona como um sensível indicador de emoções, atitudes, condição física e papel sociocultural do falante (Maia et al, 2006).
Apesar do aparelho fonador não existir como uma unidade anatômica, este se comporta como uma unidade funcional e, o desenvolvimento da voz acompanha o desenvolvimento físico e emocional do indivíduo.
A laringe surge, embriologicamente, na terceira semana de vida intra-uterina, a partir de um prolongamento da faringe, como uma dobra do endoderma. No terceiro mês intra-útero, a laringe já apresenta as mesmas características encontradas ao nascimento (Aronson, 1990).
Após o nascimento ocorrerá uma série de alterações na configuração geométrica da laringe, além do crescimento do trato vocal. A disposição do aparelho fonador infantil possibilita a constatação de que ele é um excelente instrumento de respiração, deglutição e proteção de vias aéreas inferiores, porém, não é um bom instrumento para a fonação devido à sua dimensão vertical encurtada, reduzida capacidade de ressonância e uma laringe com a possibilidade apenas de movimentos amplos e grosseiros. (Behlau et al, 2001).
Até a idade de 6 a 7 anos, as vozes de meninos e meninas são muito próximas em termos de qualidade e freqüência fundamental, não havendo diferenciação entre os sexos (Aronson, 1990). A partir desta fase até o início da puberdade a voz sofrerá grandes mudanças em decorrência das modificações estruturais ocorridas no aparelho fonador.
A muda vocal representa o período em que a laringe infantil se transforma em laringe adulta pela ação dos novos níveis hormonais. Este período ocorre nos meninos entre os 13 e 15 anos e nas meninas entre os 12 e 14 anos de idade. Tais mudanças vocais são mais evidentes nos homens e, a partir deste período, a voz passa a ser um marcador de diferenciação de sexo.

Quando a voz não consegue cumprir o seu papel básico de transmissão da mensagem verbal e emocional, estamos diante de uma disfonia. Uma disfonia representa toda e qualquer dificuldade ou alteração na emissão vocal que impede a produção natural da voz (Behlau e Pontes, 1995).
Este é um sintoma comum na infância e a maior parte dos estudos epidemiológicos sugere que entre 6% a 9% das crianças de escola primária apresentam distúrbios de voz (Wilson,1979; Melo et al, 2001).
A etiologia da disfonia infantil pode variar desde afecções autolimitadas, como as laringites agudas virais, até lesões incapacitantes e com risco de vida, como os tumores e estenose laríngea em grau variado (Freitas et al, 2000).
Atualmente estudos descrevem que as lesões mais comuns encontradas em crianças disfônicas são os nódulos de pregas vocais seguidos do cisto vocal (Pela et al, 2002; Melo et al, 2001).
O comportamento vocal na infância, que leva a uma disfonia, pode ser o resultado da interação de fatores anatômicos, fisiológicos, sociais, emocionais ou ambientais que formam um contexto, o qual deve ser sempre considerado na avaliação e no tratamento vocal destas crianças (Maia et al, 2006).
Na adolescência, problemas na muda vocal, também denominados disfonia da muda são raros, principalmente no sexo feminino. Os fatores etiológicos encontram-se, normalmente, na esfera emocional, sendo os de base orgânica pouco descritos na literatura. A etiologia mais comum é o medo de assumir as responsabilidades da vida adulta (Behlau et al, 2001).
Tanto na abordagem da disfonia infantil quanto da disfonia da muda, o tratamento
fonoaudiológico deve focalizar o estabelecimento de uma comunicação efetiva, principalmente no que diz respeito ao comportamento vocal infantil e à psicodinâmica do processo comunicativo.
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